quarta-feira, 26 de março de 2008

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quarta-feira, 5 de março de 2008

Doença de Chagas

Histórico: A doença de chagas é assim denominada em homenagem ao seu descobridor, o médico brasileiro Dr. Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas. Foi descoberto em 1909, quando Carlos Chagas realizava uma campanha contra a malária que atingia operários que trabalhavam na construção de um trecho da Estrada de Ferro Central do Brasil, na região norte do Estado de Minas Gerais. Carlos Chagas, descreveu o agente etiológico, o transmissor e o modo de transmissão da doença.
Definição: E uma doença transmissível, causado por um parasito do gênero Trypanosoma e transmitida principalmente através do "barbeiro". É conhecido também por: chupança, chupão, fincão, bicudo, procotó,etc.
Agente causador: É um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas: no inseto transmissor, vive no tubo digestivo.
Transmissor: O "barbeiro", é um inseto da sub-família Triatominae que se alimenta exclusivamente de vertebrados homeotérmicos, sendo chamados hematófagos.A principal espécie propagadora da Doença de Chagas no Estado de São Paulo, foi o Triatoma infestans, hoje eliminado do nosso meio. Persistem ainda as espécies de menor importância como Panstrongylus megistus e o Triatoma sordida amplamente distribuídos. Geralmente, abrigam-se em locais muito próximo à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
Ciclo evolutivo
Ovo:
A fêmea copula uma só vez e transcorridos cerca de 20 a 30 dias começa a postura. Cada fêmea ovipõe cerca de 200 ovos. A eclosão dos ovos, varia conforme a temperatura ambiente e a espécie, ocorrendo em média um período de 25 dias. Logo após a postura, os ovos são brancos, porém em contato com o ar vão amarelando e depois de 6 a 7 dias tornam-se róseos na medida em que se aproxima o momento da eclosão. Ninfas: Dos ovos eclodidos, nascem as ninfas. Procuram alimento de 2 ou 3 dias depois de nascidos e após sua primeira refeição a ninfa sofrerá mudanças em seu corpo, com a perda de sua pele. O "barbeiro" passa ao todo por 5 mudas até atingir o estádio adulto. Adultos: Um adulto vive alguns meses, podendo alcançar um ano ou mais. As fêmeas efetuam a primeira postura com cerca de 2 meses. Após a postura, tendem a migrar e formar novas colônias. O ciclo de vida dura em média de 1 a 2 anos.
Modo de transmissão: O "barbeiro", em qualquer estágio do seu ciclo de vida, ao picar uma pessoa ou animal com tripanossomo, suga juntamente com o sangue formas de T.cruzi, tornando-se um " barbeiro" infectado. Os tripanossomos se multiplicam no intestino do "barbeiro", sendo eliminados através das fezes. A transmissão se dá pelas fezes que o "barbeiro"deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O T.cruzi contido nas fezes do "barbeiro" pode penetrar no organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele. Podemos ter ainda, outros mecanismos de transmissão através de: transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta; manipulação de caça( ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em laboratórios.
Período de incubação: Oscila entre 4 e 10 dias, quando a transmissão são pelos triatomíneos, sendo geralmente assintomáticos. Nos casos de transmissão transfusional, pode alongar-se entre 20 ou mais dias.
Quadro clínico: Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais, surgem mais ou menos de 4 a 6 dias, após o contato do "barbeiro "com a sua vítima. Os sintomas variam de acordo com a fase da doença, que pode ser classificada em aguda e crônica.
Fase aguda: Febre, mal estar, falta de apetite, edemas localizados na pálpebra (sinal de Romanã) ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), infartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica da doença, podendo passar desapercebida.
Fase crônica: Nesta fase, muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi . Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
Diagnóstico: O diagnóstico, compreende o exame clínico e laboratorial (pesquisa do parasito no sangue), na fase aguda e exame clínico, sorológico, eletrocardiograma e raio X, na fase crônica. Nos dois casos, deve-se levar em consideração a investigaçãop epidemiológica.
Tratamento: As drogas hoje disponíveis, são eficázes, apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta precoce da doença.
Vacinação: Ainda, não se dispõe de vacina para uso imediato.
Medidas profiláticas: Baseiam-se principalmente em medidas de controle ao "barbeiro", impedindo a sua proliferação nas moradias e em seus arredores. Além de medidas específicas ( inquéritos sorológicos , entomológicos e desinsetização), as atividades de educação em saúde , devem estar inseridas em todas as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população local, tais como:
melhorar habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;
usar telagem em portas e janelas;
impedir a permanência de animais , como cão, o gato, macaco e outros no interior da casa;
evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa;
construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro , depósito afastados das casas e mantê-los limpos;
retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
manter limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
difundir junto aos amigos, parentes , vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas;
encaminhar os insetos suspeitos de serem "barbeiros", para o serviço de saúde mais próximo.